domingo, 19 de junho de 2016

HISTÓRIA DA FESTA JUNINA

Fogueira, bebidas quentes, comidas deliciosas, música, dança e muita animação. Difícil quem não goste de uma boa festa junina. A diversão rola solta e, normalmente, não tem hora para acabar! Muita gente espera ansiosa pelo começo de junho que é quando essas comemorações realmente aparecem por todas as partes. Mas você acha que as festas juninas são originárias do Brasil? Aliás, indo mais a fundo, você sabe como elas surgiram? Você tem noção da história por trás dos itens que compõem essas grandes farras que muitos de nós gostamos de participar? Conheça alguns fatos possivelmente desconhecidos e entenda por que essa é uma das festas mais queridas.

FESTAS JUNINAS

Festa Junina da cidade de Bocaina - SP.

As festas juninas são mais antigas do que todo mundo pensa! Elas surgiram na Antiga Europa, há centenas de anos. Uma das deusas homenageadas era Juno, esposa de Júpiter, e as festas eram chamadas de “junônias”. Da França veio a dança, de Portugal e da Espanha veio a dança com fitas, entre outras culturas que foram se popularizando. Como é de se imaginar, a festa junina foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante o período colonial. As festas juninas acontecem em todo canto do país, mas podem ser divididas em dois tipos distintos: aquelas que acontecem na Região Nordeste e aquelas do Brasil caipira (inspiradas nos Estados de São Paulo, região norte do Paraná, região sul de Minas Gerais e Goiás). Elas possuem diferenças e costumes bem diferentes.

OS TRÊS SANTOS
Santo Antônio, São João e São Pedro
Comemorar o mês de junho é um hábito antigo em várias partes do mundo. Antes do nascimento de Jesus, os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstício de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que, lá, acontece em junho. As festas ocorriam para pedir aos deuses a fertilidade da terra e garantir boas colheitas nos meses seguintes. Com o avanço do Cristianismo, a Igreja incorporou a tradição e, no século 6, os ritos da festa do dia do solstício, em 21 de junho, passaram para o dia do nascimento de São João Batista, em 24 de junho. Mais tarde, no século 13, foram incluídas no calendário litúrgico as datas comemorativas de Santo Antônio (dia 13) e São Pedro (dia 29). É por isso que esses três santos são os padroeiros das festas juninas!

SANTO ANTÔNIO é o primeiro dos santos a ser homenageado no mês. Sua festa é comemorada no dia 13 de junho e ele é conhecido como o santo casamenteiro, já que ajudava as moças do século XII a conseguir o dote para realizar o tão sonhado casamento. Padroeiro dos pobres, também é invocado para achar objetos perdidos.

SÃO JOÃO é o mais esperado de todos eles. A festa é realizada no dia 24 de junho e, nesse dia, existem muitas festas pelo Brasil, principalmente no Nordeste. João era filho de Isabel, prima de Maria (mãe de Jesus). Segundo a Igreja Católica, foi ele quem preparou a vinda de Cristo e batizou-o no rio Jordão. É protetor dos casados e enfermos, protegendo contra dor de cabeça e de garganta.

SÃO PEDRO era um dos pescadores discípulos de Jesus e também conhecido como o fundador da Igreja Católica. O catolicismo prega que é Pedro quem tem as chaves do céu. Sua festa é comemorada no final do mês de junho, no dia 29. Com ele, encerra-se as festividades desse mês tão celebrado. É atribuída a ele a responsabilidade de fazer chover e mudar o clima.

BALÕES
Soltar balões é crime
A tradição de soltar balões tem dois significados, a primeira era uma forma de comunicação, para avisar a parentes e vinhos da comunidade que a festa estava por começar. Os mais supersticiosos acreditam que os balões levavam os pedidos para os santos até o céu. Além de ser um perigo para as pessoas, pode causar incêndios de grandes proporções. Soltar balões é proibido em muitos países, inclusive no Brasil. Isso vigora desde 1965, de acordo com o artigo 26 do Código Florestal, porque pode causar incêndios e mortes. Também está no artigo 28 da Lei das Contravenções Penais de 1941. Quem for pego soltando balões pode ir para a cadeia.

FOGUEIRA
Fogueira na cidade de Bocaina - SP
Por trás do calor trazido pela fogueira nas frias noites de inverno, história também não falta. Para os cristão, a fogueira representa o nascimento de São João Batista. Isso porque Santa Isabel teria usado o recurso para avisar a Maria que seu filho ia nascer e de que precisava de ajuda no parto. Os pagãs e indígenas acreditavam que a fogueira protegiam dos maus espíritos, com poder de arrasar plantações inteiras.

QUADRILHA

A quadrilha, dança típica das festas juninas brasileiras,  é carregada de referências caipiras e matutas. Mas sua origem vem de muito longe. A “quadrille” surgiu em Paris, no século XVIII, como uma dança de salão composta por quatro casais. Era dançada pela elite europeia e veio para o Brasil durante o período da Regência (por volta de 1830), onde era febre no ambiente aristocrático. No entanto, nos dias de hoje, ela não é dançada por populares, como era antes. Ela é vista como uma atitude teatral e meramente festiva com um ideal folclórico e até mesmo acadêmico. O grupo composto por pares vestidos de caipira é aberto por um noivo e uma noiva, encenando um casamento fictício.

COMES E BEBES

Uma das principais atrações das festas juninas é a culinária típica. Como o mês de junho é tempo da colheita do milho no Brasil, os pratos mais comuns durante os festejos de junho são feitas a partir do grão. O cardápio das festas juninas é bem grande e saboroso, e variam de acordo com a região,  difícil não ficar com fome em uma festa junina. Milho cozido, pipoca, bolo de fubá cremoso (ou de milho), maçã do amor, pé de moleque, vinho quente, quentão, arroz-doce, canjica, amendoim e muitas outras delícias (normalmente quentinhas, porque essa época do ano é bem fria) são a alma da festa.


Fonte: Mega Curioso e EBC

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