Fogueira,
bebidas quentes, comidas deliciosas, música, dança e muita animação. Difícil
quem não goste de uma boa festa junina. A diversão rola solta e, normalmente,
não tem hora para acabar! Muita gente espera ansiosa pelo começo de junho que é
quando essas comemorações realmente aparecem por todas as partes. Mas
você acha que as festas juninas são originárias do Brasil? Aliás, indo mais a
fundo, você sabe como elas surgiram? Você tem noção da história por trás dos
itens que compõem essas grandes farras que muitos de nós gostamos de
participar? Conheça alguns fatos possivelmente desconhecidos e entenda por que
essa é uma das festas mais queridas.
FESTAS JUNINAS
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Festa Junina da cidade de Bocaina - SP. |
As
festas juninas são mais antigas do que todo mundo pensa! Elas surgiram na
Antiga Europa, há centenas de anos. Uma das deusas homenageadas era Juno,
esposa de Júpiter, e as festas eram chamadas de “junônias”. Da
França veio a dança, de Portugal e da Espanha veio a dança com fitas, entre outras
culturas que foram se popularizando. Como é
de se imaginar, a festa junina foi trazida para o Brasil pelos portugueses
durante o período colonial. As festas juninas acontecem em todo canto do país,
mas podem ser divididas em dois tipos distintos: aquelas que acontecem na
Região Nordeste e aquelas do Brasil caipira (inspiradas nos Estados de São
Paulo, região norte do Paraná, região sul de Minas Gerais e Goiás). Elas
possuem diferenças e costumes bem diferentes.
OS TRÊS SANTOS
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Santo Antônio, São João e São Pedro |
Comemorar
o mês de junho é um hábito antigo em várias partes do mundo. Antes do
nascimento de Jesus, os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstício
de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que, lá, acontece em
junho. As festas ocorriam para pedir aos deuses a fertilidade da terra e
garantir boas colheitas nos meses seguintes. Com o avanço do Cristianismo, a
Igreja incorporou a tradição e, no século 6, os ritos da festa do dia do
solstício, em 21 de junho, passaram para o dia do nascimento de São João
Batista, em 24 de junho. Mais tarde, no século 13, foram incluídas no
calendário litúrgico as datas comemorativas de Santo Antônio (dia 13) e São
Pedro (dia 29). É por isso que esses três santos são os padroeiros das festas
juninas!
SANTO ANTÔNIO é o primeiro dos santos a
ser homenageado no mês. Sua festa é comemorada no dia 13 de junho e ele é
conhecido como o santo casamenteiro, já que ajudava as moças do século XII a
conseguir o dote para realizar o tão sonhado casamento. Padroeiro dos
pobres, também é invocado para achar objetos perdidos.
SÃO JOÃO é o mais esperado de
todos eles. A festa é realizada no dia 24 de junho e, nesse dia, existem muitas
festas pelo Brasil, principalmente no Nordeste. João era filho de Isabel, prima
de Maria (mãe de Jesus). Segundo a Igreja Católica, foi ele quem preparou a
vinda de Cristo e batizou-o no rio Jordão. É protetor dos casados e
enfermos, protegendo contra dor de cabeça e de garganta.
SÃO PEDRO era um dos pescadores
discípulos de Jesus e também conhecido como o fundador da Igreja Católica. O
catolicismo prega que é Pedro quem tem as chaves do céu. Sua festa é comemorada
no final do mês de junho, no dia 29. Com ele, encerra-se as festividades desse
mês tão celebrado. É atribuída a ele a responsabilidade de fazer chover
e mudar o clima.
BALÕES
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Soltar balões é crime |
A tradição
de soltar balões tem dois significados, a primeira era uma forma de
comunicação, para avisar a parentes e vinhos da comunidade que a festa estava
por começar. Os mais supersticiosos acreditam que os balões levavam os pedidos
para os santos até o céu. Além de ser um perigo para as pessoas, pode
causar incêndios de grandes proporções. Soltar
balões é proibido em muitos países, inclusive no Brasil. Isso vigora desde
1965, de acordo com o artigo 26 do Código Florestal, porque pode causar
incêndios e mortes. Também está no artigo 28 da Lei das Contravenções Penais de
1941. Quem for pego soltando balões pode ir para a cadeia.
FOGUEIRA
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Fogueira na cidade de Bocaina - SP |
Por
trás do calor trazido pela fogueira nas frias noites de inverno, história
também não falta. Para os cristão, a fogueira representa o nascimento de São
João Batista. Isso porque Santa Isabel teria usado o recurso para avisar a
Maria que seu filho ia nascer e de que precisava de ajuda no parto. Os pagãs e
indígenas acreditavam que a fogueira protegiam dos maus espíritos, com
poder de arrasar plantações inteiras.
QUADRILHA
A
quadrilha, dança típica das festas juninas brasileiras, é carregada de
referências caipiras e matutas. Mas sua origem vem de muito longe. A
“quadrille” surgiu em Paris, no século XVIII, como uma dança de salão composta
por quatro casais. Era dançada pela elite europeia e veio para o Brasil durante
o período da Regência (por volta de 1830), onde era febre no ambiente
aristocrático. No
entanto, nos dias de hoje, ela não é dançada por populares, como era antes. Ela
é vista como uma atitude teatral e meramente festiva com um ideal folclórico e
até mesmo acadêmico. O grupo composto por pares vestidos de caipira é aberto
por um noivo e uma noiva, encenando um casamento fictício.
COMES E BEBES
Uma das
principais atrações das festas juninas é a culinária típica. Como o mês de
junho é tempo da colheita do milho no Brasil, os pratos mais comuns durante os
festejos de junho são feitas a partir do grão. O cardápio
das festas juninas é bem grande e saboroso, e variam de acordo com a região, difícil não ficar com fome em uma festa
junina. Milho cozido, pipoca, bolo de fubá cremoso (ou de milho), maçã do amor,
pé de moleque, vinho quente, quentão, arroz-doce, canjica, amendoim e muitas
outras delícias (normalmente quentinhas, porque essa época do ano é bem fria)
são a alma da festa.
Fonte:
Mega Curioso e EBC