Príncipe Alberto e família junto à Árvore de Natal no palácio real britânico - (Natal de 1846) |
O costume de enfeitar árvores é
mais antigo que o próprio Natal. Já antes de Cristo praticamente todas as
culturas e religiões pagãs usavam enfeites em árvores para celebrarem a
fertilidade da natureza. Os romanos adornavam as árvores em honra de Saturno,
que era o seu Deus da agricultura. No Egito era hábito, no solstício de
Inverno, trazerem ramos verdes para dentro das suas casas, como forma de
celebrarem a vitória da vida sobre a morte. Os druidas Celtas, em épocas
festivas, decoravam os carvalhos com maçãs douradas.
Os primeiros registros
da adoção da árvore de Natal pelo cristianismo surgem do norte da Europa
no começo do século XVI, embora tudo indique que por essa altura já era uma
tradição vinda da época medieval, pois há registros de “Árvores de Natal” na
Lituânia cerca do ano de 1510. No antigo calendário cristão, o dia 24 de
Dezembro era dedicado a Adão e Eva e a sua história costumava ser
encenada nas igrejas. Como representação do paraíso era usada uma árvore
carregada de frutos.
Os cristãos ganharam então o
hábito de montarem essa alegoria em suas casas com árvores que, com o passar
dos tempos, foram ficando cada vez mais decoradas: as estrelas simbolizando a
Estrela de Belém, as velas simbolizando a luz de Cristo e as rosas em homenagem
à Virgem Maria.
Durante os séculos XVII e
XVIII este hábito tornou-se tão popular entre os povos germânicos, que estes
atribuíram a criação da árvore de Natal ao seu congênere Martinus Luter,
(Martinho Lutero em português), fundador do protestantismo. Reza a lenda
germânica que Lutero ao passear durante uma noite limpa pela floresta, observou
o efeito das estrelas no topo das árvores e trouxe essa imagem para a sua
família na forma de uma árvore com uma estrela no topo e decorada com velas.
Mas foi só durante o século
XIX que a árvore de Natal se começou a difundir pelo resto do mundo, muito
graças à contribuição da monarquia britânica. O príncipe Alberto, o marido de
origem alemã da rainha Vitória, montou uma Árvore de Natal no palácio real
britânico. Foi então tirada uma fotografia da família real junto à árvore,
fotografia essa que foi publicada na revista “Illustrated London News”, no
Natal de 1846.
No entanto, como o uso de árvores
adornadas tem origem pagã, a adoção da Árvore de Natal foi muito mais rápida
nos países nórdicos e no mundo anglo-saxônico. Já nos países católicos, como
Portugal, a Árvore de Natal foi ganhando aceitação muito lentamente, pois a
tradição de Natal eram os presépios, como única decoração da sua celebração.
Só a partir de meados do
século XX é que a Árvore de Natal começou a ser mais aceite em Portugal, já que
antes dessa altura era pouco popular nas cidades e completamente ignorada nas
zonas rurais. Mas o tempo não parou e o costume começou a enraizar-se ao ponto
de, atualmente, já fazer parte da tradição natalícia portuguesa.