Antes mesmo de abrir os olhos, ainda na maternidade, ele já está online. Os pais corujas postam uma foto no Facebook, pipocam milhares de comentários e lá está o novo usuário em seu primeiro contato com a mídia social. Mês a mês as atualizações vão crescendo junto com os dentinhos, com as primeiras palavras e as gracinhas. Até surgir o internauta independente: um pimpolho com dois anos de idade já com perfil próprio nas redes sociais. É, pode parecer estranho, mas de acordo com a pesquisa do Ibope Nielsen Online são 5,2 milhões de crianças entre dois e 11 anos navegando na internet, quase 1 milhão a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
Não é novidade que jogos, redes sociais e bate-papo na internet são os brinquedos favoritos da Geração Z. Em média, as crianças passam 17 horas e 34 minutos por mês na internet. Para José Calazans, analista de internet do Ibope Nielsen Online, “é um número considerável, se pensarmos que as crianças geralmente têm o tempo de uso na rede restrito pelos pais”.
Facebook, Orkut e Twitter estão entre as redes sociais preferidas, com 67,9% das crianças acessando pelo menos uma delas. Atualmente, segundo a pesquisa, o número de menores nas redes sociais é de 3,5 milhões, meio milhão a mais que o ano passado.
As crianças brasileiras, afirmou o analista de internet do Ibope, saem na frente dos outros países em relação à utilização das redes sociais. Mais de 11% do total de meninas e meninos de dois a 11 anos usam as mídias sociais no território nacional, enquanto a média global não passa de 7%.
Afinal, o que as crianças e adolescentes fazem nas mídias sociais?
Uma pesquisa realizada pela TNS Research Internacional - a pedido do jornal Valor Econômico - apontou que 89% das crianças entre seis e 12 anos, das 600 famílias de diferentes classes sociais entrevistadas, utiliza as redes sociais para conversar com os amigos.
De acordo Maria Tereza Maldonado, escritora e mestre em psicologia clínica, os pais e a escola precisam orientar as crianças e adolescentes quanto aos perigos da internet, principalmente nas redes sociais. “A percepção do risco na criança é um processo em formação, pois o cérebro ainda está em fase de desenvolvimento”, destaca a psicóloga.
Uma das dificuldades mais comuns encontradas pelos pais é como prevenir as crianças dos perigos da rede. “Os pais precisam ter acesso, abertamente, a tudo o que os filhos fazem na internet. Precisam saber o que as crianças fazem nas redes sociais e quem são os seus amigos”, alerta Maria Tereza Maldonado.
Segundo a TNS Research Internacional, as crianças passam uma média de 11 horas por semanas conectadas em redes sociais, 68,75% do tempo total que ficam na internet. E o que elas fazem na rede? Os pais sabem quem são os seus amigos e o que conversam?
Marília Massochin
Comentário:
Infelizmente, um dos públicos que mais utilizam a internet (redes sociais) é formado por crianças. Por isso, os pais devem ficar atentos e instruir os filhos a não caírem nas armadilhas on-line. Os principais perigos são acesso a conteúdo inadequado para a idade como, pornografia e violência. Crianças e adolescentes costumam ser frequentadores de lan houses, os famosos espaços privados de acesso à Internet. É preciso estar alerta. Esses ambientes podem agrupar, no mesmo espaço, pessoas de má índole e crianças.
Informem a seus filhos para não divulgar sua senha, nunca passar suas informações pessoais, não dá nome, endereço e muito menos enviar fotos. A criança precisa saber como se comportar na internet. É importante que eles saibam o que é certo e o que é errado, porque muitas vezes por traz de tudo isso pode ter um monstro, pessoas sem coração.